sexta-feira, 9 de março de 2012

Dor une nova-iorquinos dez anos depois dos ataques ao WTC

Dez anos depois, prefeito de New York resume o sentimento americano: “Recebemos apoio de pessoas de todo o mundo e nunca esqueceremos”

No dia 11 de setembro de 2001, o mais trágico atentado suicida de todos os tempos matou 2.976 pessoas. O ataque coordenado foi lançado contra duas cidades emblemáticas: New York, capital financeira dos EUA, e Washington, centro do poder político e militar do país. O mecenas da barbárie foi Osama Bin Laden, que financiou, aprovou os alvos e ajudou a recrutar os terroristas. Quase dez anos depois, em 1º de maio, ele foi assassinado por tropas americanas no Afeganistão. O arquiteto dos atentados foi Khalid Sheik Mohamed - preso em Guantánamo. Em solo, o coordenador foi o egípcio Mohamed Atta, que pilotou o primeiro Boeing contra a torre norte do World Trade Center (WTC).
Em meados de 1996, o plano foi apresentado por Khalid Sheik Mohamed a Bin Laden, que deu sinal verde apenas em 1999. O pacote de alvos foi fechado. O WTC representava a economia dos EUA. O Pentágono era o poder militar. A sede do Congresso era vista como símbolo do apoio americano a Israel - o avião que deveria devastar o Capitólio caiu antes da hora. Membros da Al Qaeda citaram três motivos para os ataques: a presença de tropas dos EUA na Arábia Saudita, o apoio americano a Israel e as sanções internacionais contra o Iraque.

Dez anos depois, New York ainda chora seus mortos e tenta fechar as feridas abertas. “Percorremos este caminho graças à força e capacidade de recuperação dos nova-iorquinos, assim como o apoio que recebemos de pessoas de todo o mundo e que nunca esqueceremos”, afirmou o prefeito de New York, Michael Bloomberg, à Agência Efe. No WTC, as explosões foram tão violentas que a limpeza dos destroços durou nove meses - a maior parte do entulho foi levada para Staten Island, onde fragmentos de ossos foram recolhidos até o ano passado. Ao todo, 1.630 vítimas foram identificadas.
Bloomberg reconhece a importância dos dez anos do atentado, mas evita mencionar Bin Laden ou a ameaça terrorista e se centra, como muitos nova-iorquinos, em destacar como avançaram as obras do Marco Zero e como a Baixa Manhattan se recuperou. “Há dez anos, pensávamos que as famílias iriam embora e que não haveria mais comércio. Acreditaram que, se chegássemos a recuperar a Baixa Manhattan, levaríamos décadas. Hoje, a população da região se duplicou, e há mais comércio que antes do 11/9”, disse, orgulhoso, Bloomberg.

O 10º aniversário é marcado pela revitalização do distrito financeiro e a inauguração do esperado monumento às vítimas. Os ataques deixaram um vazio de 65 mil metros quadrados em Manhattan. O local, batizado de Marco Zero, ganha um memorial e um museu. Dez anos depois, porém, o projeto do novo WTC tem apenas um edifício concluído: o WTC 7. Dois prédios estão em fase avançada e dois ainda na fundação. As obras terminarão em 2015 e custarão US$ 11 bilhões. A cerimônia de homenagem às vítimas, hoje, deve contar com a presença dos presidentes ligados à era Bin Laden: George W. Bush, que liderou um país horrorizado após o 11/09, e Barack Obama, que anunciou a morte do líder da Al Qaeda.

BIN LADEN
A notícia da morte de Bin Laden consolou muitos que aguardavam há anos a morte do terrorista, especialmente quem perdeu entes queridos nos ataques. “Claro que fiquei feliz com a notícia. Ganhamos um sentimento de justiça, e era algo que necessitávamos”, explicou à Agência Efe o presidente da associação das famílias das vítimas do 11/09, Lee Ielpi, bombeiro aposentado que trabalhou nos resgates no World Trade Center e que perdeu seu próprio filho, também bombeiro.


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