sexta-feira, 25 de maio de 2012

Manaus e Belém são as capitais menos arborizadas, indica IBGE

Dados do instituto são sobre características do entorno dos domicílios. Goiânia, Campinas e Belo Horizonte se destacam como as mais verdes.


Belém e Manaus, as duas maiores capitais da região amazônica, são as cidades com o menor percentual de arborização urbana entre 15 cidades brasileiras com mais de 1 milhão de habitantes, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estudo foi realizado em 96,9% dos domicílios urbanos durante a pré-coleta do Censo 2010, com o objetivo de conhecer a infraestrutura urbana brasileira.

Segundo o IBGE, Belém registrou o menor percentual entre os 15 municípios citados, com 22,4% do entorno dos domicílios com alguma árvore ao redor, em área pública. Em segundo, aparece Manaus, com 25,1%. O estudo não contou as árvores dentro das residências ou áreas particulares. Goiânia é 89,5% arborizada no entorno dos domicílios. Campinas e Belo Horizonte ocupam o segundo e terceiro lugar no ranking, com 88,4% e 83%, respectivamente, em proporção de árvores em locais públicos. 

De acordo com a chefe do setor de Arborização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas) de Manaus, Rosemairy Bianco, cerca de 70 mil mudas foram plantadas na capital nos últimos quatro anos. "Estamos priorizando o plantio de espécies nativas como o pau-pretinho e ipê. Neste ano devemos plantar mais 9 mil árvores em Manaus", diz.
O percentual do IBGE considera as árvores presentes na face dos domicílios. Por esse motivo, segundo os pesquisadores, um percentual baixo não significa necessariamente que uma área não tem árvores, mas que elas podem estar concentradas em regiões específicas.
Um exemplo é a área do Igarapé do Passarinho, na Zona Norte da capital, que recebeu aproximadamente 60% destas árvores, segundo a Prefeitura. Bianco afirma que as mudas não foram distribuídas de maneira uniforme porque foram priorizadas as áreas degradadas.
Dois exemplos são a Avenida Torquato Tapajós, onde o número de árvores plantadas nos grandes canteiros é baixo, e a Avenida Djalma Batista, na Zona Centro-Sul de Manaus, onde os canteiros centrais possuíam palmeiras imperiais que, em 2010, foram retiradas pela Prefeitura de Manaus. Dois anos depois, a principal avenida da capital continua sem nenhuma árvore. O caso é alvo de apuração do Ministério Público do Amazonas que, nesta quinta-feira (24), realizou vistoria para avaliar as condições das 120 árvores retiradas da avenida. Destas, seis morreram, 98 atrofiaram e apenas 16 foram aproveitadas para replantio em outras áreas públicas, segundo o órgão.
"Eu acho que o fato de os dois estados serem os menos arborizados se deve à falta de planejamento de arborização nas cidades", afirma a mestre em Ecologia pelo Museu Paraense Emílio Goeldi, Luciana Frazão. "Por exemplo, uma das tentativas de se arborizar o V8 (Avenida Ephigenio Salles) foi a utilização de uma palmeira exótica que não se adaptou às condições climáticas de Manaus", diz ela.
"A arborização tem como abjetivo melhorar tanto a qualidade de vida, proporcionando um ambiente mais agradável, principalmente em Manaus, que é muito quente, e fazer isso utilizando as espécies nativas iria auxiliar, quanto a conservação da flora nativa na melhoria do ambiente", afirma a ecologista, que já morou nas duas capitais.
Manaus possui atualmente 31.627,03 hectares de cobertura vegetal. Destes, 19.188,26 (60,67%) são de áreas protegidas. Algumas vias, localizadas principalmente no Centro da cidade, possuem altas árvores, ainda preservadas de décadas passadas, como é o caso da Avenida Getúlio Vargas.
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